24 fevereiro 2011

A Classe C na web

A Classe C é, sem dúvida, a maior responsável pelo crescimento da Internet nos últimos 3 anos. Se em 2007 o Brasil possuía 37 milhões de usuários, fechamos 2010 com aproximadamente 75 milhões, ou seja, o dobro de usuários em apenas 3 anos. Muito se deve à entrada das classes de baixa renda, CDE, na web nesse período. Mas o mercado deve agradecer, aliás, ficar de olho na classe predominante do Brasil, a Classe C, responsável por 51% da população nacional, algo em torno de 100 milhões de pessoas.
Graças a esse número, uma quantidade enorme de marcas começa a mirar a classe C. Não é para menos: com a estabilidade da economia brasileira, a Classe C começou a comprar mais e melhor. Não está mais atrás do preço mais barato e sim da parcela que cabe em seu bolso. Não está mais atrás de qualquer produto, ela quer qualidade, quer ser bem atendida e exclusividade; assim como as classes AB, a Classe C também quer entrar em uma loja e ser bem tratada, quer ter produtos de qualidade e querem mostrar sua ascensão financeira através desses produtos dentro de sua comunidade.
Sociabilidade é um conceito presente nessa classe. Há tempos que a população mais humilde se ajuda na sua comunidade; entendemos a comunidade aqui como a rua onde moram, bairro ou mesmo o mesmo clube que frequentam.  As pessoas comunicam sobre vagas de emprego, promoções em lojas, receitas de bolo, festa do vizinho, filmes, enfim, trocam informações diariamente, repito, há tempos.
Esse comportamento é repetido na Internet. Por isso, a Classe C é a mais ativa nas Redes Sociais, e acredita-se que é por causa dessa classe que o Facebook, maior Rede Social do mundo, tem 30% de usuários do Orkut: são 30 milhões no Orkut frente a 10 milhões no Facebook. O Orkut, por ser mais simples e ter sido o pioneiro, é hoje o preferido pelas classes mais baixas. Prova disso é que 90% dos acessos feitos em lan houses são no Orkut.
O poder econômico da Classe C está possibilitando o aumento de consumo e esse comportamento também está migrando para a web. Em 2009, dos 17 milhões de pessoas que compraram na web, 42% delas foram da Classe C. Essas pessoas não estão comprando livros. Estão comprando eletrodomésticos e eletrônicos, produtos que estão acima dos R$ 1.000,00. Isso se deve ao fato de que a Classe C está se acostumando a comprar, por isso, ainda se sente constrangido em entrar em lojas para comprar um produto em várias vezes e acreditam que comprar na Casas Bahia é “coisa de pobre”; além disso, comprar pela web dá a impressão da pessoa ser “antenada”, o que lhe dá status de liderança na comunidade.
Em resumo, esses comportamentos estão sendo potencializados pela web. Aquela velha, mas atual, frase que a propaganda boca-a-boca é a melhor propaganda e que se antes uma pessoa influenciava 10 pessoas e hoje influencia 1.000 é verdadeira. A Internet está ajudando no consumo da classe C, está fazendo com que ela se relacione mais com outras pessoas e que possa influenciá-las no consumo.
Hoje, a Classe C não vive mais sem a Internet e cada vez mais as classes DE se transformam em Classe C, fazendo com que a Internet cresça e, com isso, cresçam as vendas também.
Fonte: omelhordomarketing.com.br



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