26 dezembro 2011

A classe C nas redes sociais


Participação desta classe já supera o PIB de países, como Portugal.

A internet contribuiu mais para a elevação da classe C do que a educação. Isso é o que afirma o sócio-diretor do DataPopular, Renato Meirelles. E ele não é o único a trazer dados sobre essa nova realidade brasileira: o aumento da participação da classe C na rede. Para se ter uma idéia, a classe C movimenta cerca de 1 trilhão de reais na rede por ano, valor maior que o PIB de Portugal. 


Diante disso, coube aos grandes veículos de comunicação online mudarem suas estratégias, já que até bem pouco tempo atrás, comunicação online era algo exclusivo para classes A e B. Segundo Rodrigo Flores, diretor de conteúdo da UOL, que o conteúdo do portal não foi adaptado para a classe C e sim, o portal passou a produzir conteúdo que é interessante para esta classe. Algo também bastante interessante é que este crescimento não está concentrado no eixo Rio-São Paulo, mas também em Estados como o Acre (1.188%) e Piauí (347%). 




No ranking mundial, o Brasil é o oitavo país no mundo em número total de visitantes, e na busca por informação e notícia, o país só perde para os Estados Unidos. 99,2 % dos brasileiros fazem este tipo de busca quando estão conectados. 46% da classe C tem acesso a internet e destes, 50% acessam através da banda larga. 


Na busca de informações precisas e corretas, os usuários se tornam mais críticos e exigentes. O gerente de expansão do Facebook, Ricardo Sangion, afirma que os usuários da rede social esperam que o conteúdo seja analisado antes de ser publicado. Segundo Sangion, os usuários do Facebook são menos imediatistas, comparados com usuários de outras redes, como o Twitter. 


Tantas mudanças exigiram novas estratégias e comportamentos dos veículos, mas também dos profissionais de comunicação, sobretudo jornalistas e publicitários. Aos jornalistas, coube a tarefa de fazer da rede sua fonte de informação. Aos publicitários, a missão é fazer deste boom na rede, seu grande aliado.  São tantos meios para se informar que ficou mais difícil capturar a atenção do consumidor, afirma Murilo Moreno, diretor de marketing da Nissan. Moreno afirma também que o consumidor só vai atrás daquilo que o interessa.


Para se ter uma idéia, a campanha dos Pôneis Malditos rendeu a montadora japonesa 75 mil novos fãs em sua fanpage, 81% de aumento nas vendas, crescimento de 1,8% na participação da Nissan no mercado, número próximo a meta de 3% que a montadora pretende chegar no começo de 2012. Nem mesmo as 30 denúncias feitas ao Conar solicitando a suspensão da propaganda impediram o sucesso dos pôneis malditos na internet. Este comercial ficou nos Trending Topic mundial por 4 dias, e liderou os TT's nacionais por 6 dias. Fora as inúmeras paródias feitas e postadas no Youtube, que renderam mais 12.000.000 de visualizações do vídeo original.




Nayanne Bitencourt, sócia-diretora da agência Bodh Gaya, acredita que tais mudanças são excelentes, principalmente por representar melhoria de qualidade de vida. " Para o mercado é bom e desafiador, pois ao mesmo tempo que vc tem uma classe consumidora maior - seja de produto, serviço, informação - junto a isso você também tem que entender, conhecer e ter cada vez mais preparo para atender essa demanda que só tende a crescer".

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